Artigo publicado no jornal regional Diário dos Açores - 19 de Maio de 2010
«O Santo Padre foi confrontado na sua viagem apostólica a Portugal com o laicismo eivado de espírito maçónico do governo socialista do Sr. Sócrates, marcado com uma dose de frieza tanto nas palavras como nos actos.
O Sr. Sócrates resolveu chocar os católicos portugueses com as declarações proferidas à saída da audiência que o Sumo Pontífice, na sua qualidade de Chefe de Estado, lhe concedeu e a mais dois ministros do seu governo na Nunciatura Apostólica, em Lisboa.
Para que não restassem dúvidas da laicidade do seu governo, onde “impera a triangular feição no mais obscurantista secretismo”, reiterou, pelos meios de comunicação social, à “saciedade”, que Bento XVI não merecia o tratamento de “Santidade”, mas liminarmente remeteu-o para o dos Cardeais, designando-O por Eminência.
Esta forma de tratamento poderia ter sido um lapso momentâneo do Sr. Sócrates mas, efectivamente, não o foi. Repetiu-o pelo menos umas seis vezes, agravando sempre o tom de voz.
O Sr. Sócrates, certamente mandou formar na parada (desculpem os militares a expressão castrense) os seus ministros, determinando-lhes que a Bento XVI todos deveriam dar, de uma maneira hirta e firme, uma bacalhoada à boa maneira portuguesa.
A fim de bem vincar o estado laico, que tem como suporte os avanços científicos da moral experimentalista, inusitadamente apareceu nos noticiários do dia 10 de Maio da R.T.P. (que todo o contribuinte paga) a secretária de estado dos Assuntos Sociais, visitando, por mera coincidência, um estabelecimento de ensino secundário onde invectivou que o maior obstáculo à educação sexual entre os adolescentes eram os professores de formação católica e a Conferência Episcopal Portuguesa.
No Santuário de Fátima, quando o Santo Padre se dirigiu no meio de grande calor humano aos agentes sociais católicos, condenando, publicamente, uma vez mais o aborto, o chamado casamento dos homossexuais e das lésbicas e agradeceu o empenho integral a todos aqueles que se dedicam à Pastoral Social e da Saúde; no meio dessa assistência que pelo menos garante 4/5 do serviço social de Portugal, esteve também misturada a ministra da Saúde, e como aluna exemplar do Sr. Sócrates, fez o seguinte comentário ao acontecimento: «estou em desacordo com o Papa, já sabia o que ele ia dizer!...».
No aeroporto Sá Carneiro, no momento da despedida, os meninos bem comportados do Sr. Sócrates, leia-se os ministros da Defesa e das Finanças, cada qual deu mais uma “bacalhoada” ao Vigário de Cristo na Terra, reafirmando o laicismo do governo socialista português.
Só resta dizer:
- “Perdoai-lhes Pai, porque não sabem o que fazem”. »